O desalento, ou sentimento de desânimo e desesperança, emerge como uma resposta às múltiplas formas de opressão enfrentadas por essas mulheres, incluindo discriminação de gênero, raça, região e classes. Os estudos decoloniais apontam que o desalento não é apenas um estado emocional individual, mas um reflexo das estruturas sociais e políticas que perpetuam a desigualdade. Os estudos decoloniais na América Latina visam desconstruir narrativas coloniais e patriarcais que têm historicamente marginalizado as mulheres, especialmente as de origem indígena e afrodescendente. Ao problematizar essas estruturas, tais estudos buscam empoderar as mulheres a reconhecerem e a resistirem às narrativas opressoras, demonstrando a profundidade de suas lutas e resistência. Além disso, destacam a importância da solidariedade e da ação coletiva na superação do desalento. Movimentos feministas decoloniais na América Latina trabalham para criar espaços de apoio mútuo e resistência, nos quais as vozes das mulheres possam ser ouvidas e valorizadas. Assim, buscamos demonstrar o funcionamento discursivo da perspectiva decolonial no tocante ao desalento entre mulheres na América Latina, tendo em conta os seus efeitos de sentido. Temos observado que o desalento tem sido ressignificado como estímulo para a luta e transformação social, na busca por promover uma visão justa e equitativa de sociedade. Na América Latina, a discussão sobre gênero na perspectiva decolonial, vem se fortalecendo, especialmente no Brasil, mas ainda demanda esforços para pensar as heranças da colonialidade na atualidade e, sobretudo, as possibilidades de resistência.
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